Não é só no Brasil que o
cafezinho é um hábito. Em todo o mundo ele faz parte do dia a dia das pessoas.
Seja em casa ou no trabalho, “a hora do café” chega a ter uma função agregadora
entre colegas de profissão, família ou amigos que se esbarram e decidem tomar
uma xícara de café. É servido em reuniões, para acompanhar um bolo, receber uma
visita e há quem pare em qualquer padaria para degustar essa bebida.
Entretanto, quando pesquisas começaram a levantar os malefícios do consumo de
cafeína, esse ritual passou a ser questionado. Afinal, faz mal ou não?
Primeiramente, vale a pena
lembrar que o café não é o “vilão” da história. Em todos os estudos feitos, o
foco foi a cafeína, substância que também está presente em chás, mate e, claro,
na coca-cola (uma das bebidas mais consumidas no mundo). Além disso, muitos dos
malefícios antes atribuídos ao café foram recentemente superados por uma série
de estudos que comprovou que a cafeína também é benéfica para a saúde, desde
que consumida com moderação, no máximo 500 mg/dia (uma xícara de café expresso
contém cerca de 70 mg).
Entre os benefícios,
destacam-se, por exemplo, o seu papel de poderoso bronco-dilatador, informação
importante para pacientes que sofrem com asma, e sua ação estimulante.
Pesquisas também o relacionaram com a prevenção do mal de Parkinson e com o
controle do humor. Em 1996, um estudo com 86 mil mulheres feito pela
Universidade de Harvard apontou uma relação inversa entre consumo de café e
risco de suicídio. Apesar de não serem conclusivos, esses dados sugerem uma
ação da bebida no sistema nervoso central, modulando o estado de humor da
pessoa. Acredita-se que esse efeito possa ser provocado por uma substância
descoberta recentemente no café: o ácido clorogênico. A relação entre cafeína e
problemas cardíacos também foi contestada e especialistas afirmam que ela só é
prejudicial para indivíduos que já sofrem com problemas cardiovasculares.
Um estudo recente, no
entanto, revelou que a ingestão de 200 mg ou mais de cafeína por dia reduziu as
concentrações de estradiol livre nas mulheres brancas e aumentou nas asiáticas.
O efeito da ingestão da cafeína sobre os níveis de estradiol em mulheres
afrodescendentes não foi considerado significativo. Já a ingestão de refrigerantes
e chá verde com a substância (cerca de uma xícara de 240 ml) foi associada ao
aumento das concentrações de estradiol livre em mulheres de todas as etnias. A
longo prazo, essa variação nos níveis do hormônio pode influenciar no
aparecimento de doenças, como osteoporose, endometriose e câncer de mama.
Os autores já afirmaram que a
pesquisa não é conclusiva e, portanto, serão necessários novos estudos para
afirmar essa descoberta. Diante de tantas controversas, vale seguir a dica:
consuma, mas com moderação.
Internet
Fonte: LabPasteur Medicina
Diagnóstica.
Editora médica: Dra. Anna
Gabriela Fuks (615039RJ)
Jornalista responsável:
Roberto Maggessi (31.250 RJ)