segunda-feira, 23 de julho de 2012

SUS vai distribuir novo medicamento contra o câncer de mama



23/07/2012
O Ministério da Saúde informou hoje que vai incorporar o medicamento Trastuzumabe, utilizado no combate ao câncer de mama, ao SUS (Sistema Único de Saúde). O remédio de alto custo reduz as chances de reincidência da doença e diminui em 22% o risco de morte das pacientes.

De acordo com a pasta, o medicamento é considerado um dos mais eficientes no combate ao câncer de mama e também um dos mais procurados.

Em 2011, o governo federal gastou R$ 4,9 milhões para atender a um total de 61 pedidos judiciais que determinavam a oferta do remédio. Este ano, já foram gastos R$ 12,6 milhões com a compra do Trastuzumabe por ação judicial.

Para disponibilizar o remédio em unidades públicas de saúde, serão necessários R$ 130 milhões ao ano. A incorporação foi aprovada pela Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias) para o tratamento de câncer de mama inicial e avançado e integra as ações do Plano Nacional de Prevenção, Diagnóstico e Tratamento do Câncer de Colo do Útero e de Mama, lançado no ano passado.

A partir da publicação no "Diário Oficial" da União, o SUS tem prazo de 180 dias para iniciar a oferta do medicamento.

Segundo o ministério, o câncer de mama é o segundo tipo mais comum no mundo e o mais frequente entre mulheres, com uma estimativa de mais de 1,15 milhão de novos casos a cada ano. A doença é responsável ainda por 411.093 mortes anualmente.

No Brasil, a estimativa é que 52.680 novos casos sejam detectados de 2012 a 2013. Em 2010, foram notificadas 12.812 mortes por causa da doença no país.


Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/1124379-sus-vai-distribuir-novo-medicamento-contra-o-cancer-de-mama.shtml

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Mortes de jovens cresceram 376% no país desde 1980




18/07/2012 - 06h00
Estudo mapeia mortes de jovens no Brasil
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AFONSO BENITES
DE SÃO PAULO

Era 26 de março de 2010 quando o jovem Rafael Souza de Abreu, 16, virou mais um número para pesquisadores de segurança pública.

Nessa data, ele foi morto com oito tiros perto da casa de um amigo em Santos (SP).

Segundo seu pai, o operador portuário José de Abreu, e a Promotoria, o rapaz foi confundido com um ladrão de uma loja de roupas e foi morto em represália a um furto que não praticou.

Assim, ele passou a ser um dos 8.686 adolescentes e crianças assassinados naquele ano e engrossou a lista que, desde 1980, aumentou 376%. No mesmo período, entre 1980 e 2010, os homicídios como um todo cresceram 259%.

Os dados são do "Mapa da Violência 2012 - Crianças e Adolescentes do Brasil", pesquisa que será lançada hoje.

O levantamento analisa as informações do Ministério da Saúde sobre as causas das mortes de pessoas entre zero e 19 anos de idade.

O ritmo de crescimento da morte entre jovens é constante. Em 30 anos, só teve queda quatro vezes. Nos demais aumentou entre 0,7% e 30%.


Um dado que chamou a atenção do sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz, coordenador da pesquisa, foi quanto os homicídios de jovens representava no total de mortes. Em 1980, eles eram pouco mais de 11% dos casos de assassinato. Já em 2010, 43%.

"Os homicídios de jovens continuam sendo o calcanhar de Aquiles do governo. Esse aumento mostra que criança e adolescente não são prioridade dos governos", disse.

Entre os Estados em que houve maior aumento dos assassinatos de jovens estão Alagoas, com uma taxa de 34,8 homicídios por 100 mil habitantes, Espírito Santo (33,8) e Bahia (23,8).

Segundo Waiselfisz, vários fatores influenciam o aumento em determinadas regiões. Um deles é a interiorização dos homicídios.

"Antes, a maior parte dos crimes acontecia nos grandes centros. Agora, com a melhor distribuição de renda, houve uma migração da população e os governos não conseguiram implantar políticas públicas para acompanhar essa mudança", disse.

Os Estados que apresentaram as menores taxas foram Santa Catarina, (6,4), São Paulo (5,4) e Piauí (3,6).

Para Alba Zaluar, antropóloga da Universidade Estadual do Rio, os dados devem ser analisados com "cuidado", já que entre 2002 e 2010 houve uma melhora na qualificação das estatísticas sobre mortes. Ou seja, casos que antes constavam como "outras violências" nos dados oficiais passaram a ser homicídios.

"É muito complicado falar do aumento de mortes por agressão no Brasil como um todo", afirmou Zaluar.

Waiselfisz diz que a pesquisa aponta que os problemas existem e serve de alerta para governos tentarem reduzir o índice, que já incluiu o assassinato do jovem Rafael.

Em tempo: quatro pessoas, sendo três policiais, foram acusadas pela morte do adolescente. Mas o julgamento ainda não aconteceu.


Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/1121817-estudo-mapeia-mortes-de-jovens-no-brasil.shtml

segunda-feira, 2 de julho de 2012


Parar aumento do nível dos oceanos é impossível, dizem cientistas.
Corte de emissões de gases de efeito estufa seria capaz apenas de desacelerar o processo
02 de julho de 2012 | 11h 39







Derretimento das calotas polares é apenas um agravante do problema



O aumento do nível dos oceanos não poderá ser cessado nos próximos séculos mesmo que haja cortes profundos nas emissões de gás e que a temperatura do planeta abaixe, afirma um novo estudo de cientistas ambientais. Os pesquisadores alertam, porém, que o processo pode ser desacelerado.


Derretimento das calotas polares é apenas um agravante do problema
Há vários estudos que mostram o papel dos gases de efeito estufa no aumento da temperatura do planeta. Esses gases foram responsáveis pelo aumento de 0,17°C por década de 1980 a 2010 e pelo aumento de 2,3 milímetros do nível do mar por ano de 2005 a 2010.

A elevação do nível dos oceanos ameaça cerca de um décimo da população mundial, entre estes pessoas que moram em ilhas sob risco de inundação, como locais do Caribe e da região do Pacífico na Ásia.

Mais de 180 países negociam um pacto global para 2020 que vai forçar o corte de emissões para limitar o aquecimento a menos de 2°C neste século - uma meta que, segundo os cientistas, é o mínimo para evitar efeitos catastróficos.

Mas mesmo se os mais ambiciosos objetivos forem atingidos, eles não serão suficientes para fazer com que o nível dos oceanos parede subir devido à expansão térmica dos mares, afirmam cientistas do Centro de Pesquisas Atmosféricas dos Estados Unidos, da Central do Clima americana e do Centro de Pesquisas do Clima da Austrália.

"Mesmo com uma mitigação agressiva, que limitaria o aquecimento global a menos de 2°C acima dos valores pré-industriais até 2100, e com o aumento natural da temperatura nos séculos XXII e XXIII, o nível dos mares continuaria a subir depois de 2100", afirma o estudo, publicado no jornal Nature Climate Change. Isso ocorre porque conforme o oceano se aquece, a água se expande e o calor se espalha por todas as regiões marítimas.

Mesmo que a temperatura da superfície do oceano caia, o calor ainda seria conservado sob a água, provocando o aumento dos níveis das águas. A situação da temperatura e o derretimento das calotas polares são apenas mais um dos fatores que contribuem para o problema.

Os cientistas calcularam que se os cortes de emissões foram capazes de reduzir as temperaturas globais em 0,83°C até 2100 e 0,55°C até 2300, o nível dos oceanos ainda aumentará até 14,2 centímetros até 2100 e até 24,2 centímetros até 2300 - isso por causa da expansão térmica.

Por outro lado, se as emissões forem pouco reduzidas, as temperaturas poderiam subir até 3,91°C até 2100 e o nível da água poderia aumentar 32,3 centímetros no primeiro século, chegando a quase 140 centímetros 200 anos depois.

"Embora o aumento do nível dos oceanos não possa ser cessado nos próximos séculos, é possível desacelerar o processo, ganhando tempo para que as medidas de adaptação necessárias sejam tomadas", dizem os pesquisadores.