Parar aumento do nível dos oceanos é impossível, dizem
cientistas.
Corte de emissões de gases de
efeito estufa seria capaz apenas de desacelerar o processo
02 de julho de 2012 | 11h 39
Derretimento das calotas polares é apenas um agravante do problema
O aumento do nível dos oceanos não poderá ser cessado nos
próximos séculos mesmo que haja cortes profundos nas emissões de gás e que a
temperatura do planeta abaixe, afirma um novo estudo de cientistas ambientais.
Os pesquisadores alertam, porém, que o processo pode ser desacelerado.
Derretimento das calotas polares é apenas um agravante do
problema
Há vários estudos que mostram o papel dos gases de efeito
estufa no aumento da temperatura do planeta. Esses gases foram responsáveis
pelo aumento de 0,17°C por década de 1980 a 2010 e pelo aumento de 2,3
milímetros do nível do mar por ano de 2005 a 2010.
A elevação do nível dos oceanos ameaça cerca de um décimo da
população mundial, entre estes pessoas que moram em ilhas sob risco de
inundação, como locais do Caribe e da região do Pacífico na Ásia.
Mais de 180 países negociam um pacto global para 2020 que
vai forçar o corte de emissões para limitar o aquecimento a menos de 2°C neste
século - uma meta que, segundo os cientistas, é o mínimo para evitar efeitos
catastróficos.
Mas mesmo se os mais ambiciosos objetivos forem atingidos,
eles não serão suficientes para fazer com que o nível dos oceanos parede subir
devido à expansão térmica dos mares, afirmam cientistas do Centro de Pesquisas
Atmosféricas dos Estados Unidos, da Central do Clima americana e do Centro de
Pesquisas do Clima da Austrália.
"Mesmo com uma mitigação agressiva, que limitaria o
aquecimento global a menos de 2°C acima dos valores pré-industriais até 2100, e
com o aumento natural da temperatura nos séculos XXII e XXIII, o nível dos
mares continuaria a subir depois de 2100", afirma o estudo, publicado no
jornal Nature Climate Change. Isso ocorre porque conforme o oceano se aquece, a
água se expande e o calor se espalha por todas as regiões marítimas.
Mesmo que a temperatura da superfície do oceano caia, o
calor ainda seria conservado sob a água, provocando o aumento dos níveis das
águas. A situação da temperatura e o derretimento das calotas polares são
apenas mais um dos fatores que contribuem para o problema.
Os cientistas calcularam que se os cortes de emissões foram
capazes de reduzir as temperaturas globais em 0,83°C até 2100 e 0,55°C até
2300, o nível dos oceanos ainda aumentará até 14,2 centímetros até 2100 e até
24,2 centímetros até 2300 - isso por causa da expansão térmica.
Por outro lado, se as emissões forem pouco reduzidas, as
temperaturas poderiam subir até 3,91°C até 2100 e o nível da água poderia
aumentar 32,3 centímetros no primeiro século, chegando a quase 140 centímetros
200 anos depois.
"Embora o aumento do nível dos oceanos não possa ser
cessado nos próximos séculos, é possível desacelerar o processo, ganhando tempo
para que as medidas de adaptação necessárias sejam tomadas", dizem os pesquisadores.
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