É
lamentável a palavra do Ministro Ayres Brito que transcrevo do Jornal Folha de
São Paulo. Utilizando-se de frases belas ele esconde a realidade da decisão
tomada. Demonstra não entender nada da beleza, da vida e da morte, resultado do
fim de uma missão. O aspecto vida e morte fazem parte da natureza divina e é
concedida ao homem simplesmente como Vida Eterna, como Luz.
A vida, em si, se processa no útero como rio sim, usando a metáfora
do ministro e é corrente até que a morte chegue, independente de tempo, porque
o tempo não faz parte do atemporal divino.
Não podemos cessar uma vida simplesmente porque ela não tem,
para os nossos parâmetros, perspectivas temporais.
A
feiúra da Lagarta não justifica a sua morte porque ela sempre renasce como
borboleta.
E preciso que tenhamos a sensibilidade para perceber que a
criança anencéfalo já é potencialmente uma borboleta desde a concepção.
O
aborto cessa o processo de maturação da crisálida e deixa, na natureza do homem,
seqüelas que causarão o sofrimento pelo resto da vida.
O
aborto cessa a missão para a qual o ente foi predestinado e corrompe todo o
processo natural, transformando e causando transformações nas vidas daqueles
que compõe a família, deixando-os com traumas dolorosos pelo resto da vida.
É lamentável a decisão do STF!
Alvaro de Oliveira
Orlando, 15/4/2012.
Transcrição da Folha
de São Paulo:
Ayres Britto resumiu o
debate dizendo que "se todo aborto é interrupção de gravidez, nem toda
interrupção de gravidez é um aborto para fins penais". O caso em questão,
disse, é atípico e, assim, não deve ser entendido como o aborto proibido em
lei. Mas como um aborto em linguagem corrente.
De forma poética o
ministro argumentou que antecipar o parto, no caso em questão, não é um ato que
impede o desenvolvimento de uma "pessoa humana no sentido
biográfico". "Metaforicamente, o feto anencéfalo é uma crisálida que
jamais chegará em estado de borboleta, porque não alçará vôo jamais",
disse.
O ministro passou,
então, a discutir a situação da gestante, grávida de um feto que não
sobreviverá. "Dar à luz é dar à vida, não é dar à morte. É como se fosse
uma gravidez que impedisse o rio de ser corrente (...) É um organismo prometido
não ao registro civil, mas a uma lápide mortuária."
Em seguida, Ayres
Britto disse que não se pretende obrigar ninguém a abortar o feto anencéfalo,
mas abrir essa possibilidade a quem quiser. "O martírio é voluntário, quem
quiser assumir a gravidez até as últimas conseqüências que o faça, ninguém está
proibindo”.
O ministro citou a
inexistência de definição, na legislação brasileira, do início da vida. Disse
que não basta a união de espermatozóide e óvulo. "A constitutividade vital
do embrião está nessa entidade mágica chamada útero”.
Fonte: Folha de São Paulo
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