domingo, 15 de abril de 2012

A VIDA NÃO PODE CESSAR



                        É lamentável a palavra do Ministro Ayres Brito que transcrevo do Jornal Folha de São Paulo. Utilizando-se de frases belas ele esconde a realidade da decisão tomada. Demonstra não entender nada da beleza, da vida e da morte, resultado do fim de uma missão. O aspecto vida e morte fazem parte da natureza divina e é concedida ao homem simplesmente como Vida Eterna, como Luz.
A vida, em si, se processa no útero como rio sim, usando a metáfora do ministro e é corrente até que a morte chegue, independente de tempo, porque o tempo não faz parte do atemporal divino.
Não podemos cessar uma vida simplesmente porque ela não tem, para os nossos parâmetros, perspectivas temporais.
                        A feiúra da Lagarta não justifica a sua morte porque ela sempre renasce como borboleta.
E preciso que tenhamos a sensibilidade para perceber que a criança anencéfalo já é potencialmente uma borboleta desde a concepção.
                        O aborto cessa o processo de maturação da crisálida e deixa, na natureza do homem, seqüelas que causarão o sofrimento pelo resto da vida.
                        O aborto cessa a missão para a qual o ente foi predestinado e corrompe todo o processo natural, transformando e causando transformações nas vidas daqueles que compõe a família, deixando-os com traumas dolorosos pelo resto da vida.
É lamentável a decisão do STF!

Alvaro de Oliveira
Orlando, 15/4/2012.



Transcrição da Folha de São Paulo:
Ayres Britto resumiu o debate dizendo que "se todo aborto é interrupção de gravidez, nem toda interrupção de gravidez é um aborto para fins penais". O caso em questão, disse, é atípico e, assim, não deve ser entendido como o aborto proibido em lei. Mas como um aborto em linguagem corrente.

De forma poética o ministro argumentou que antecipar o parto, no caso em questão, não é um ato que impede o desenvolvimento de uma "pessoa humana no sentido biográfico". "Metaforicamente, o feto anencéfalo é uma crisálida que jamais chegará em estado de borboleta, porque não alçará vôo jamais", disse.

O ministro passou, então, a discutir a situação da gestante, grávida de um feto que não sobreviverá. "Dar à luz é dar à vida, não é dar à morte. É como se fosse uma gravidez que impedisse o rio de ser corrente (...) É um organismo prometido não ao registro civil, mas a uma lápide mortuária."

Em seguida, Ayres Britto disse que não se pretende obrigar ninguém a abortar o feto anencéfalo, mas abrir essa possibilidade a quem quiser. "O martírio é voluntário, quem quiser assumir a gravidez até as últimas conseqüências que o faça, ninguém está proibindo”.

O ministro citou a inexistência de definição, na legislação brasileira, do início da vida. Disse que não basta a união de espermatozóide e óvulo. "A constitutividade vital do embrião está nessa entidade mágica chamada útero”.

Fonte: Folha de São Paulo

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